Relação entre microbiota e obesidade é tema de reunião entre pesquisadores da Unicamp e Dinamarca

Enviado por Edimilson Montalti em Sex, 19/08/2016 - 10:15

Pesquisadores da Universidade de Copenhagen (Dinamarca) e da Unicamp estiveram reunidos na semana passada para a primeira reunião de trabalho no contexto de um projeto colaborativo que tem por objetivo investigar o impacto da dieta alimentar na microbiota intestinal e sua relação com doenças degenerativas não transmissíveis. O encontro aconteceu na quinta-feira (11) na reitoria da Unicamp. (Veja matéria).

No dia 12, Karstem Kristiansen, professor de Genome Research and Molecular Bio Medicine da Universidade de Copenhagem; Susanne Brix Pedersen, professor associado da Universidade Técnica da Dinamarca e Manimozhiyan Arumugan, professor associado e líder da Nordisk Foundation Center for Basic Metabolic Research, também da Universidade de Copenhagem, participaram de outra reunião no prédio do Cepid-OCRC da Unicamp.

Eles foram recebidos pelo professor da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp e coordenador do Cepid-OCRC, Licio Augusto Velloso; pela pró-reitora de Pesquisa da Unicamp, Gláucia Pastore e por pesquisadores do Laboratório de Sinalização Celular da FCM.

“A reunião com os pesquisadores da Dinamarca teve como objetivo o conhecimento das linhas de pesquisa que eles desenvolvem para o estabelecimento de possíveis novas colaborações. De forma geral, discutiu-se a participação dos microrganismos associados ao trato gastro intestinal na deflagração e manutenção da obesidade”, disse o pesquisador do Laboratório de Sinalização Celular da FCM, Bruno Chausse.

Manimozhiyan Arumugan falou sobre a predominância de espécies específicas de microrganismos e a importância em se estabelecer uma relação de causa e consequência entre as mudanças da microbiota e o surgimento da obesidade.

Karsten Kristiansen apresentou dados que vinculam a presença de uma espécie específica de bactéria com o desenvolvimento da obesidade. O estudo partiu de análises de metagênomica da microbiota de humanos obesos e foi concluído com a análise das consequências da infecção de camundongos com espécimes desta bactéria. O pesquisador fez uma breve discussão sobre estudos recentes que indicam que a ingestão de proteínas de diversas espécies de animais e vegetais apresenta uma associação com o desenvolvimento da obesidade.

Susanne Brix Pedersen apresentou estudos envolvendo endotoxinas liberadas pela microbiota e o surgimento da obesidade. Apesar de não haver sugestão de que as endotoxinas testadas são capazes de induzir o fenótipo obeso, foi possível identificar a associação de mais uma espécie de bactéria com a deflagração da obesidade.