Unicamp perde Gentil Alves Filho, pioneiro no transplante de rim

O médico nefrologista da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp Gentil Alves Filho faleceu no último dia 3 de agosto, em São Paulo. A missa de sétimo dia "in memoriam" pelo seu falecimento será no dia 9 de agosto, às 17 horas, na paróquia São José, à rua Dinamarca, 32, no Jardim Europa, em São Paulo, SP. Logo após a sua morte, várias mensagens circularam pela internet retratando o perfil do médico responsável clínico pelo primeiro transplante de rim na Unicamp.

“Dizer o quê? Grande mestre. Professor incansável.  Médico competente, fantástico, humano, amigo, parceiro dos pacientes. Homem definitivamente do bem”. “Personalidade forte, instigante, raciocínio rápido e brilhante, humor constante e inteligente”. “Boas lembranças! Grande professor, amigo, apaixonado pelo que fazia. Cuidou tão bem de todos nós, alunos”. “Perdemos um ser humano especial. O mundo da medicina vai sentir muita falta” – escreveram amigos, ex-alunos e familiares.

Gentil Alves Filho nasceu em 1951, em Bragança Paulista, interior de São Paulo. Formou-se em Medicina pela Escola Paulista de Medicina e fez doutorado na área de nefrologia Universidade Federal de São Paulo em 1982. Foi professor assistente e doutor da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) e responsável clínico pela equipe de Transplantes Renais da Unicamp. Em 2003, inaugurou o Centro Integrado de Nefrologia (CIN), seu antigo sonho.

À época da inauguração do prédio, Gentil relatou em entrevista à jornalista Maria Alice da Cruz, da Assessoria de Comunicação e Imprensa (ASCOM) da Unicamp que a ideia era que o paciente passasse pelo ambulatório, realizasse o tratamento e se precisasse de hemodiálise, receberia no mesmo local. “Além disso, uma equipe multidisciplinar ampará de forma humanitária o enfermo e seus familiares”, disse durante o evento.

Na Universidade, foi coordenador clínico do serviço de transplante renal e responsável clínico pelo primeiro transplante de rim na Unicamp. Os procedimentos, segundo ele, contavam com doadores intervivos de 1984 a 1989. O programa ganhou impulso ao incluir receptores de rim de doadores falecidos. O aumento de transplantes estimulou o início das campanhas de doação de órgãos. Mas foi em 1990, segundo Alves Filho, com a criação da Central de Captação de Órgãos do Hospital de Clínicas (OPO), que os pacientes começaram a ter mais possibilidades de transplante.