USO DA TÉCNICA FLUORESCENCE LIFETIME IMAGING MICROSCOPY (FLIM) PARA INVESTIGAR A POLIMERIZAÇÃO DA HEMOGLOBINA EM PACIENTES COM DOENÇA FALCIFORME
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Candidato(a): Fernanda Aparecida Borges Pace |
Orientador(a): Konradin Metze | Doutorado em Fisiopatologia Médica |
Coorientador(a): Irene Gyongyver Heidemarie Lorand Metze | Apresentação de Defesa |
Data: 23/06/2025, 13:30 hrs. |
Local: Anfiteatro da pós graduação |
Banca avaliadora
| Titulares Konradin Metze - Presidente Susan Elisabeth Domingues Costa Jorge Marcos André Cavalcanti Bezerra- UFPE Andre Alexandre De Thomaz Marilda de Souza Gonçalves- Universidade Federal da Bahia
| Suplentes Cristina Kurachi Nicola Amanda Conran Zorzetto Dalcimar Casanova - Universidade Tecnológica Federal do Paraná
| Resumo
Em estudos recentes, foi demonstrado que a técnica de imagem por tempo de vida da fluorescência (FLIM) pode revelar detalhes estruturais intracelulares em preparações citológicas não coradas, que não são evidenciados por procedimentos de coloração padrão. O objetivo de nossa investigação foi examinar se as imagens FLIM poderiam identificar áreas sugestivas de polimerização em eritrócitos (glóbulos vermelhos) de pacientes com doença falciforme (DF). Examinamos lâminas de sangue não coradas utilizando imagens de autofluorescência FLIM de 45 pacientes com DF (26 com hemoglobinopatia SS, 12 SC, 4 Sbeta- e 3 Salfa-talassemia) e comparamos os resultados com os de 27 pessoas do grupo controle. Todos os eritrócitos do grupo controle apresentaram citoplasma homogêneo, sem focos evidentes. Já os eritrócitos com forma normal em pacientes com DF apresentaram entre zero e três pequenos pontos fluorescentes intensos, com maiores valores de tempo de vida da fluorescência. Nos eritrócitos falcizados, observamos adicionalmente áreas maiores e irregularmente moldadas, altamente fluorescentes, com valores aumentados de FLIM. Essas áreas foram interpretadas como equivalentes à hemoglobina polimerizada. Os eritrócitos com forma normal dos pacientes com DF, que apresentavam citoplasma homogêneo, não eram diferentes dos eritrócitos dos pacientes do grupo controle quando analisados por microscopia óptica. No entanto, variáveis da matriz transformada pelo padrão binário local dos valores FLIM por pixel mostraram diferenças significativas entre estes eritrócitos as células controle. Em uma análise discriminante linear, usando características de textura transformadas pelo padrão binário local (média e entropia) do citoplasma dos eritrócitos aparentemente normais, o modelo final conseguiu distinguir entre pacientes com DF e indivíduos do grupo controle com uma precisão de 84,7 . Quando a classificação foi baseada no exame de um único eritrócito arredondado, a precisão foi de 68,5 . Utilizando o método de classificação por Análise Discriminante Linear para aprendizado de máquina, a precisão foi de 68,1 . Acreditamos que nosso estudo demonstra que a FLIM é capaz de revelar a topografia do processo de polimerização intracelular da hemoglobina na doença falciforme e que as imagens obtidas são compatíveis com a teoria da nucleação em dois estágios. Além disso, acreditamos que a técnica apresentada pode ser uma ferramenta interessante para a investigação da inibição terapêutica da polimerização.
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Candidato(a): Orcizo Francisco Silvestre |
Orientador(a): Alberto Cliquet Junior | Doutorado em Ciências da Cirurgia |
| Apresentação de Qualificação |
Data: 24/06/2025, 09:00 hrs. |
Local: Anfiteatro da Pós-graduação da Ciências da Cirurgia da FCM |
Banca avaliadora
| Titulares Alberto Cliquet Junior - Presidente Guilherme Grisi Mouraria Rodrigo Goncalves Pagnano
| Suplentes Mauricio Etchebehere
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ESTUDO DE ALTERAÇÕES DA QUALIDADE DE VIDA E DE COMPOSIÇÃO CORPORAL DE PACIENTES COM CARCINOMA DE TIREOIDE ATIREÓTICOS EM COMPARAÇÃO COM INDÍVIDUOS EUTIREOIDEOS SAUDÁVEIS.
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Candidato(a): Carla Tamanini Ferrari Schock |
Orientador(a): Denise Engelbrecht Zantut Wittmann | Mestrado em Clínica Médica |
| Apresentação de Defesa |
Data: 27/06/2025, 08:30 hrs. |
Local: 3 CIPED |
Banca avaliadora
| Titulares Denise Engelbrecht Zantut Wittmann - Presidente Roberto Bernardo dos Santos Sarah Monte Alegre
| Suplentes Sylka D'Oliveira Rodovalho Heraldo Mendes Garmes
| Resumo
Os hormônios tireoidianos exercem um papel central no balanço energético, na composição corporal e na qualidade de vida. Em estados de hipertireoidismo e hipotireoidismo, o gasto energético pode variar em até 50 , acompanhando alterações no catabolismo proteico e na deposição de gordura corporal, tanto visceral quanto subcutânea. Diversos estudos já demonstraram correlações entre os níveis de TSH, o índice de massa corporal (IMC) e parâmetros metabólicos.
Atualmente, muitos pacientes submetidos à tireoidectomia total queixam-se de ganho de peso e de sinais e sintomas inespecíficos como fadiga e sonolência, mesmo mantendo concentrações de TSH e T4 livre dentro dos valores de referência. Nesse contexto, o objetivo do presente estudo foi avaliar, de forma transversal, as alterações da composição corporal e o escore de qualidade de vida (QV) em pacientes submetidos à tireoidectomia total por carcinoma diferenciado de tireoide (CDT) em uso de levotiroxina oral, em comparação a indivíduos eutireoideos saudáveis.
Foram incluídos 51 pacientes com CDT e 37 indivíduos eutireoideos, pareados por idade e sexo. Dados clínicos, demográficos e antropométricos foram coletados, e a composição corporal foi avaliada por absorciometria de raios X de dupla energia (DXA). A qualidade de vida foi mensurada pelo questionário SF-36, e a função tireoidiana foi analisada por exames laboratoriais.
Os pacientes com CDT apresentaram maiores valores de percentual de gordura total (PGT), massa gorda (MG) e Fat Mass Índex (FMI) quando comparados ao grupo controle. No grupo CDT, observou-se correlação negativa entre os escores de estado geral do SF-36 e MG e FMI — correlação essa ausente no grupo controle. Além disso, os pacientes com CDT apresentaram escores mais baixos em todos os domínios de qualidade de vida em relação ao grupo controle.
No grupo CDT, idade, dose de levotiroxina e maiores escores de estado geral foram preditores de menores valores de FMI. Para o grupo controle, apenas a idade foi preditiva de aumento no FMI. Ainda no grupo CDT, idade, dose de levotiroxina, níveis de TSH e maiores escores do Componente Físico (PCS) foram preditores de menor PGT, sendo que o escore de estado geral também foi preditor de menor MG.
Concluímos que pacientes com CDT apresentaram um perfil comprometido de composição corporal, com aumento de peso, massa gorda, percentual de gordura total, FMI e IMC em comparação ao grupo controle. Alterações na composição corporal foram associadas a pior qualidade de vida, evidenciando o impacto negativo do CDT mesmo sob reposição com levotiroxina. Esses achados reforçam a importância de uma abordagem multidisciplinar no manejo desses pacientes, considerando tanto os aspectos clínicos quanto a composição corporal e a qualidade de vida, com o objetivo de promover um melhor bem-estar geral.
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EFEITO DO ORTOSTATISMO PASSIVO NA FORÇA E MASSA MUSCULAR DOS PACIENTES COM FRAQUEZA ADQUIRDA NA UTI
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Candidato(a): Melissa Sibinelli |
Orientador(a): Antonio Luis Eiras Falcão | Doutorado em Ciências da Cirurgia |
| Apresentação de Defesa |
Data: 27/06/2025, 09:00 hrs. |
Local: Sala Laranja FCM |
Banca avaliadora
| Titulares Antonio Luis Eiras Falcao - Presidente Patricia Angeli da Silva Pigati Ana Paula Devite Cardoso Gasparotto Ivete Alonso Bredda Saad Elcio Shiyoiti Hirano
| Suplentes Fabiana Della Via Aline Maria Heidemann Santos Lígia dos Santos Roceto Ratti
| Resumo
Introdução: O ortostatismo passivo é uma estratégia para prevenir e tratar a fraqueza adquirida na Unidade de Terapia Intensiva (FAUTI). Objetivo: Avaliar o impacto do ortostatismo passivo na força e massa muscular dos pacientes com FAUTI. Método: Estudo clínico, intervencionista e randomizado. Foram incluídos pacientes com FAUTI, divididos em grupo controle (GC) e intervenção (GI), e avaliados quanto a força muscular através do Medical Reserch Council (MRC), espessura do quadríceps através da ultrassonografia e cirtometria da coxa. Os pacientes do GI foram submetidos a um protocolo de ortostatismo passivo diário por seis a dez dias consecutivos e o GC recebeu o atendimento de rotina do serviço. Ao fim do protocolo, a avaliação foi repetida em ambos os grupos. Resultados: Foram incluídos 20 participantes, sendo 10 alocados no GI e 10 no GC. Foi observado aumento do MRC do GI (35.8 ± 10.04) em relação ao GC (43.70 ± 7.53), p=0.031. Na avaliação das variáveis ao longo do tempo, foi observado aumento do MRC em relação a linha de base em GC (26.00 ± 7.39 para 35.8 ± 10.04, com p=0.002) e GI (30.9 ± 11.65 para 43.70 ± 7.53, com p=0.006), com maior ganho de pontos no escore MRC no GI. Em relação a massa muscular, foi observado redução da cirtometria da coxa direita (52.4 ± 8.87 para 50.90 ± 9.02, com p=0.033) e esquerda (53.00 ± 8.02 para 50.6 ± 7.43, p=0.017) no GC e na espessura do reto femoral (1.04 ± 0.44 para 0.77 ± 0.33, p=0.007). Já no GI, observou-se acréscimo na espessura do vasto intermédio direito (0.71 ± 0.38 para 0.87 ± 0.41, p=0.033). Na análise de associação, verificou-se maior incidência de óbito no GC (p<0.01). Conclusão: Pacientes com FAUTI submetidos ao ortostatismo apresentam ganho de força e manutenção da massa muscular. O uso da prancha e os valores de MRC final impactaram no desfecho alta ou óbito.
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AVALIAÇÃO DO EQUILÍBRIO CORPORAL EM PACIENTES COM SÍNDROME DE TURNER
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Candidato(a): Vanessa Brito Campoy Rocha |
Orientador(a): Andréa Trevas Maciel Guerra | Mestrado em Ciências Médicas |
| Apresentação de Defesa |
Data: 27/06/2025, 14:00 hrs. |
Local: Anfiteatro 2 do Instituto de Otorrinolaringologia - IOU |
Banca avaliadora
| Titulares Andréa Trevas Maciel Guerra - Presidente Vagner Antonio Rodrigues da Silva- Faculdade de Ciências Médicas / UNICAMP Angela Maria Spinola Castro- Universidade Federal de São Paulo
| Suplentes Adriana Aparecida Siviero-Miachon - Universidade Federal de São Paulo Mara Sanches Guaragna
| Resumo
Introdução: A síndrome de Turner (ST) é uma anomalia cromossômica que frequentemente causa perda auditiva e pode também estar relacionada a distúrbios do equilíbrio. Objetivo: Realizar uma avaliação abrangente do equilíbrio corporal em pacientes com síndrome de Turner, acrescentando evidências aos ainda escassos dados da literatura sobre comprometimento labiríntico nessas pacientes. Métodos: Pacientes adolescentes e adultas, bem como um grupo controle composto por mulheres saudáveis, foram submetidas a avaliações otorrinolaringológica, audiológica e vestibular. Esta última incluiu eletronistagmografia com provas calórica e rotatória, potencial evocado miogênico vestibular cervical e posturografia estática com testes dinâmicos. Resultados: Foram avaliadas 27 pacientes com idades entre 15 e 33 anos (média: 21,9 anos). O cariótipo 45,X foi identificado em 13/27 casos. Tontura foi referida por oito pacientes e perda auditiva progressiva por dez. A audiometria apresentou alterações em 13/27 casos: seis com perda sensorioneural, seis com perda condutiva e uma com padrão misto. Alterações do equilíbrio foram encontradas em 21/27 pacientes (78 ). Dezenove pacientes apresentaram lesão vestibular (12 periférica [57 ], quatro mistas [19 ], três centrais [11 ]) e duas apresentaram apenas déficit somatossensorial). Alterações não vestibulares foram identificadas em seis pacientes (22 ): cinco com déficit somatossensorial e uma com dependência visual. As alterações do equilíbrio não se associaram ao cariótipo (45,X versus outros cariótipos), à idade, nem à perda auditiva. O grupo controle foi composto por 20 mulheres saudáveis com idades entre 27 e 35 anos (média: 30,5 anos); 4/20 (25 ) apresentaram alterações do equilíbrio — duas periféricas e duas causas centrais — uma frequência significativamente menor que a observada no grupo com ST (p < 0,001). Conclusão: Apesar da baixa frequência de sintomas vestibulares e auditivos autorreferidos, este estudo revela uma alta taxa de comprometimento da orelha interna entre mulheres com ST, com vias auditivas e vestibulares frequentemente afetadas, muitas vezes de forma subclínica ou compensada. Esses achados reforçam a importância de protocolos abrangentes de triagem e indicam que intervenções adequadas, incluindo a reabilitação vestibular, devem ser consideradas como parte do acompanhamento clínico dessa população.
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