ESTUDO DE NEUROPATIA AUTONÔMICA CARDIOVASCULAR E MARCADORES DE RISCO DE DOENÇA CARDIOVASCULAR EM PESSOAS DIABÉTICAS COM E SEM ARTROPATIA DE CHARCOT
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Candidato(a): Jessica Castro de Vasconcelos |
Orientador(a): Maria Cândida Ribeiro Parisi | Doutorado em Clínica Médica |
Coorientador(a): Denise Engelbrecht Zantut Wittmann | Apresentação de Defesa |
Data: 30/05/2023, 08:30 hrs. |
Local: Anfiteatro da CPG |
Banca avaliadora
| Titulares Maria Cândida Ribeiro Parisi - Presidente Faculdade de Ciências Médicas / UNICAMP- Faculdade de Ciências Médicas / UNICAMP Elza Olga Ana Muscelli Berardi Cristina Figueiredo Sampaio Façanha- Faculdade Christus Eduardo Arrais Rocha- Universidade Federal do Ceará Arnaldo Moura Neto- Universidade Estadual de Campinas
| Suplentes Marcela Moura França - Centro Integrado de Diabetes e Hipertensão Adriana Costa e Forti - Universidade Federal do Ceará Alejandro Rosell Castillo - Universidade Estadual de Campinas
| Resumo
A neuropatia autonômica cardiovascular (NAC) causada pelo diabetes é uma complicação pouco diagnosticada, seja pelos sintomas inespecíficos, seja pela dificuldade de acesso aos testes diagnósticos. Este estudo teve como objetivo avaliar a presença e características de neuropatia autonômica cardiovascular em pessoas com diabetes tipo 2 (DM2) com e sem Artropatia de Charcot. Foi realizado estudo transversal em 21 pessoas com diabetes e Artropatia de Charcot, pareados por sexo e idade com dois grupos de pessoas com diabetes sem Artropatia de Charcot, 24 pessoas com neuropatia e 24 pessoas sem neuropatia diabética. Todas as pessoas passaram por avaliação de NAC com 4 testes de Ewing e 3 bandas de análise espectral, sendo construído um escore de gravidade utilizando esses sete testes (cada teste alterado equivalendo 1 ponto). Das 69 pessoas avaliadas, 49 apresentavam neuropatia autonômica cardiovascular incipiente ou instalada. 73,9 apresentavam-se com risco cardiovascular alto ou muito alto segundo a calculadora de risco do UKPDS. Houve maior prevalência de dislipidemia entre as pessoas com neuropatia autonômica instalada quando comparadas àquelas com NAC incipiente ou sem NAC e entre pessoas com AC. A maior parte das pessoas com artropatia de Charcot (95,2 ) apresentavam NAC incipiente ou instalada, além de menores valores de taxa de filtração glomerular e maiores níveis de ácido úrico, proteína C reativa e excreção urinária de albumina. Em nossa amostra, as pessoas com NAC apresentavam outra complicação do diabetes: aumento da excreção urinária de albumina. O escore de gravidade, construído a partir dos sete testes para diagnóstico de NAC, revelou maiores valores entre as pessoas com Artropatia de Charcot, quando comparado ao restante da amostra, indicando maior gravidade dessa população. Com tais achados, sugerimos que este escore possa ser utilizado como uma nova ferramenta na prática dos cuidados de pessoas com diabetes.
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TROMBÓLISE E TROMBECTOMIA DIRIGIDA POR CATETER PARA O TRATAMENTO DE TROMBO EMBOLISMO PULMONAR
CRIAÇÃO DE PROTOCOLO ASSISTENCIAL NO HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
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Candidato(a): Vinicius Adorno Gonçalves |
Orientador(a): Ana Terezinha Guillaumon | Mestrado Profissional em Ciência Aplicada à Qualificação Médica |
| Apresentação de Defesa |
Data: 30/05/2023, 09:00 hrs. |
Local: Auditório Departamento de Cirurgia - FCM- Unicamp |
Banca avaliadora
| Titulares Ana Terezinha Guillaumon - Presidente Giovani josé Dal Poggetto Molinari- Universidade Estadual de Campinas Marcone Lima Sobreira- Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Medicina de Botucatu
| Suplentes Marcio Lopes Miranda Matheus Bertanha - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Medicina de Botucatu
| Resumo
Introdução: O tromboembolismo pulmonar (TEP) é uma doença comum com considerável risco de morte. É considerado a terceira causa mais comum de morte em doentes hospitalizados e dados limitados sugerem uma possibilidade elevada de sequela cardiopulmonar de longo prazo. O diagnóstico e a intervenção precoces são fundamentais, pois quando ocorre de forma maciça, com acometimento extenso da árvore arterial pulmonar, a maioria das mortes ocorre nas primeiras 24 a 48 horas. As opções terapêuticas para as formas graves foram investigadas por mais de um século, mas um algoritmo do tratamento não foi estabelecido devido aos rápidos avanços nas abordagens cirúrgicas e o tratamento medicamentoso.
Objetivo: Efetuar um estudo nos casos de TEP maciço em nosso serviço correlacionando os dados referentes a indicação, tempo entre diagnóstico e tratamento intervencionista, uso de diferentes tipos de dispositivos e tempo de trombólise após intervenção, com os desfechos pós operatórios dos doentes submetidos a terapia guiada por cateter. Comparar os dados com a literatura para criação de protocolo específico para o tratamento e uso multidisciplinar entre unidade de terapia intensiva, cirurgia vascular, cardiologia e pneumologia.
Método: Estudo transversal, analítico, baseado em revisão de prontuários de doentes submetidos a tratamento endovascular por terapia guiada por cateter, em doentes com trombo embolismo pulmonar maciço.
Resultados: Foram encontrados 11 doentes, compreendendo todos os doentes submetidos a tratamento endovascular por trombólise e trombectomia dirigida por cateter para o TEP desde a fundação do serviço de cirurgia endovascular em nossa instituição, no período entre dezembro de 2008 a dezembro de 2021. Em relação aos desfechos clínicos pós-operatórios, dois doentes evoluíram com pneumonia diagnosticada após intervenção, houve 1 relato de sangramento difuso no pós operatório e nenhum relato de sangramento intracraniano. Três doentes evoluíram a óbito nos primeiros 30 dias após intervenção. Em 08 de julho de 2022, foi realizado o registro e cadastro de dispositivos de trombectomia e aspiração de trombos para o sistema venoso ou arterial, com o CHC 949180, atendendo o limite da Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais do SUS. Tais ferramentas permitiram a criação de um protocolo institucional.
Conclusão: Após estudo dos aspectos clínicos e epidemiológicos, principais dispositivos disponíveis no mercado, avaliação de risco de sangramento e ação de equipe multidisciplinar, alinhados com a experiência do nosso serviço, houve elaboração de protocolo institucional para o tratamento de tromboembolismo pulmonar de alto risco e de risco intermediário através do tratamento endovascular por trombólise e trombectomia dirigida por cateter no Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas.
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REFERÊNCIAS DE ESTATURA E PESO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES BRASILEIROS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
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Candidato(a): Adriana Nascimento de Souza |
Orientador(a): Gil Guerra Junior | Mestrado em Saúde da Criança e do Adolescente |
Coorientador(a): Fábio Bertapelli | Apresentação de Defesa |
Data: 30/05/2023, 14:00 hrs. |
Local: Sala Amarela - Prédio da CPG |
Banca avaliadora
| Titulares Gil Guerra Junior - Presidente Andre Moreno Morcillo Adriana Aparecida Siviero-Miachon
| Suplentes Antonia Paula Marques De Faria Angela Maria Spinola Castro
| Resumo
Introdução: Jovens com deficiência intelectual (DI) apresentam estatura menor e sobrepeso comparados a jovens sem deficiência. No entanto, pouco se sabe sobre referências de estatura e peso em função do sexo e idade nesta população. O objetivo deste estudo foi comparar valores de estatura e peso em jovens com DI relativo aos dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e desenvolver percentis suavizados de estatura e peso para meninos e meninas com DI entre 7 e 17 anos.
Métodos: Foram incluídos 1.047 jovens (645 meninos e 402 meninas; 7-17 anos) com DI. Um total de 4.059 medidas (estatura: n = 2.041; peso: n = 2.018) foram retrospectivamente obtidos entre 2013 e 2018. Escores z individuais e médios de estatura e peso foram baseados nos dados da OMS usando o programa WHO AnthroPlus. Percentis suavizados de estatura e peso foram desenvolvidos usando o método LMS. Diagnóstico local e global dos percentis foram avaliados com Q statistics e detrended Q-Q plots.
Resultados: Distribuições de escores z deslocaram-se à esquerda (estatura) e direita (peso) na amostra geral, indicando menor estatura e maior peso. Escores z médios de estatura variaram entre +0,16 e -0,97. Declínios gradativos de estatura ocorreram dos 11 aos 17 anos em ambos os sexos (escore z incremental médio: -0,14 por ano). As meninas apresentaram escores z inferiores de estatura comparadas aos meninos (diferenças escore z médio: -0,15 a -0,39). Percentis (5, 10, 25, 50, 75, 90 e 95) para estatura e peso foram desenvolvidos com modelagens satisfatórias em meninos e meninas entre 7 e 17 anos.
Conclusão: Distribuições de escores z indicaram que jovens com DI apresentaram menor estatura e maior peso comparado aos dados da OMS. Os percentis de estatura e peso desenvolvidos neste estudo podem auxiliar o monitoramento de crescimento em jovens com DI.
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AVALIAÇÃO CLÍNICA E LABORATORIAL DE MULHERES COM SINTOMAS HEMORRÁGICOS
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Candidato(a): Aline Pereira Marques |
Orientador(a): Margareth Castro Ozelo | Mestrado em Clínica Médica |
| Apresentação de Defesa |
Data: 30/05/2023, 14:00 hrs. |
Local: Sala multimídia - Hemocentro |
Banca avaliadora
| Titulares Margareth Castro Ozelo - Presidente Paula Ribeiro Villaça- Faculdade de Medicina Universidade de São Paulo Marina Pereira Colella- Centro de Hematologia e Hemoterapia da Unicamp
| Suplentes Silmara Aparecida de Lima Montalvão - Hemocentro - UNICAMP Andréa Aparecida Garcia Guimarães - Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
| Resumo
Mulheres com história de sangramento recorrente é considerada uma condição comum e que pode ser potencialmente grave. Na maioria das vezes a determinação das causas que predispõem ao sangramento, como história hemorrágica prévia, poderia evitar o desfecho grave e fatal, caso o correto diagnóstico e tratamento fosse instituído a tempo. As doenças hemorrágicas envolvem diversas condições clínicas, sendo caracterizadas por distúrbios hemorrágicos de gravidade variável, espontâneos ou pós-traumáticos. Podem ser de causa hereditária ou adquirida, relacionadas a doenças hematológicas ou a outras condições sistêmicas. Dentre as coagulopatias hereditárias, as hemofilias e a doença de von Willebrand (DVW) são as mais comuns. As trombopatias e deficiências de fatores pró-coagulantes são consideradas doenças hemorrágicas raras. O objetivo deste estudo é determinar a frequência de sintomas hemorrágicos clinicamente significativos entre mulheres em idade fértil em ambiente universitário e correlacionar com possível diagnóstico de doença hemorrágica sistêmica. Foram também analisados dados clínicos através de entrevista, incluindo a avaliação para presença de sangramento pelo escore de sangramento (ISTH - BAT), questionário de dados clínicos e questionário de qualidade de vida (SF36). As mulheres que apresentaram critérios para sangramento clinicamente significativo realizaram avaliação laboratorial para investigação de presença de anemia e possíveis diagnósticos de doença hemorrágica sistêmica, além de quantificação de outros fatores da coagulação de acordo com os resultados de seus exames laboratoriais. Foram incluídas nesse estudo 525 mulheres em idade fértil que realizaram a entrevista. Destas 102 (19,4 ) apresentaram inicialmente ISTHBAT ≥ 5 pontos e foram convidadas a coletar amostras de sangue periférico para realização das análises laboratoriais conforme descritas. Além disso, uma nova entrevista do ISTH-BAT foi realizada por uma das três hematologistas envolvidas no estudo. A nova avaliação confirmou que 33 (6,3 ) das mulheres em idade fértil apresentavam ISTH-BAT ≥ 5, considerado um resultado 6 relevante como provável associação à doença hemorrágica. Além disso, 190 (36,2 ) participantes relataram menorragia. A presença de história hemorrágica estava correlacionada com pior qualidade de vida das participantes, o que foi ainda mais significativo entre as mulheres com menorragia, que ainda apresentaram maior frequência de ansiedade e depressão. Entre as pacientes que realizaram investigação laboratorial, não foi possível diagnosticar nenhuma doença hemorrágica. No entanto, 12 das 85 (14,1 ) participantes investigadas apresentavam anemia e receberam orientação. Esse estudo evidencia que a presença de menorragia pode atingir até mais de um terço de mulheres em idade fértil e que está relacionado com uma pior qualidade de vida e maior prevalência de ansiedade e depressão
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Avaliação clínico-epidemiológica de crianças com distúrbios da deglutição.
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Candidato(a): Débora Bressan Pazinatto |
Orientador(a): Rebecca Christina Kathleen Maunsell | Mestrado em Saúde da Criança e do Adolescente |
Coorientador(a): Maria Angela Bellomo Brandao | Apresentação de Defesa |
Data: 30/05/2023, 14:00 hrs. |
Local: Anfiteatro do Instituto de Otorrinolaringologia Unicamp- IOU |
Banca avaliadora
| Titulares Rebecca Christina Kathleen Maunsell - Presidente Margarida Maria de Castro Antunes- Universidade Federal de Pernambuco Elizete Aparecida Lomazi
| Suplentes Claudia Schweiger - Hospital de Clínicas de Porto Alegre Jamil Pedro De Siqueira Caldas
| Resumo
Objetivo: Analisar as características clínicas e epidemiológicas de crianças com suspeita de disfagia e comparar os resultados da aspiração laríngea na videoendoscopia da deglutição (VED) com a avaliação clínica da disfagia.
Métodos: Um estudo prospectivo de coorte foi realizado em uma amostra de 60 crianças que apresentaram sinais e sintomas de disfagia. Essas crianças foram submetidas a avaliação clínica e VED, e dados demográficos e clínicos foram coletados. Posteriormente, os resultados de ambas as avaliações foram comparados e analisados.
Resultados: A idade mediana das crianças foi de 2,8 anos, e 49 (81,6 ) apresentavam distúrbios neurológicos, enquanto 35 (58,3 ) apresentavam doença pulmonar crônica. As queixas mais prevalentes foram engasgo (41,6 ) e sialorreia (23,3 ). A avaliação clínica da deglutição foi normal em 7 pacientes, enquanto 36 (60 ) apresentavam disfagia moderada a grave. Vinte e cinco pacientes apresentaram aspiração na VED, e 20 (80 ) apresentaram suspeita de aspiração na avaliação clínica.
Conclusões: Crianças com sintomas de disfagia apresentam alta prevalência de diagnósticos subjacentes e comorbidades, exigindo avaliação e acompanhamento multidisciplinar. Os resultados demonstram que a avaliação clínica isoladamente pode não ser suficiente para diagnosticar com precisão a aspiração, e a avaliação instrumental, como a VED, deve ser considerada. A VED é um procedimento confiável e acessível no consultório que pode auxiliar na tomada de decisão multidisciplinar no diagnóstico, tratamento e monitoramento de crianças com disfagia.
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