Qualificações e Defesas

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AVALIAÇÃO DO APOIO PSICOLÓGICO DISPENSADO ÀS MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA SEXUAL NO CAISM/UNICAMP

Candidato(a): Ana Luiza Teixeira Orientador(a): Arlete Maria Dos Santos Fernandes
Mestrado em Tocoginecologia
Apresentação de Defesa Data: 24/06/2024, 09:00 hrs. Local: Anfiteatro da Comissão de Pós Graduação FCM/UNICAMP
Banca avaliadora
Titulares
Arlete Maria Dos Santos Fernandes - Presidente
Silvana Maria Quintana- Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo
Daniele Pompei Sacardo
Suplentes
Rogério Bonassi Machado - Faculdade de Medicina de Jundiaí
Luiz Francisco Cintra Baccaro

Resumo


A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece a violência contra a mulher como um problema de saúde pública global, tendo consequências para a saúde física e mental e se constituindo uma importante violação dos direitos humanos. A violência sexual (VS) é uma das formas mais comuns de violência contra a mulher, atinge todas as classes sociais, culturas e etnias em todo o globo. No âmbito psicológico, as consequências da VS podem ocorrer de forma imediata e em longo prazo, portanto, a prioridade do atendimento às sobreviventes deve ser promover a saúde e o bem-estar mental da mulher, buscando diminuir os potenciais agravos. O objetivo deste estudo foi avaliar o acompanhamento de apoio psicológico dispensado às sobreviventes adultas, durante seis meses após o atendimento de emergência. Trata-se de um estudo retrospectivo e descritivo, que foi confeccionado em dois braços, o primeiro com amostra de 312 mulheres ≥ 20 anos, vítimas de VS no período de 2014 a 2019, e que tiveram atendimento psicológico no Programa de Atenção Especial do CAISM/UNICAMP do Hospital da Mulher Prof. Dr. José Aristodemo Pinotti da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Revisamos os prontuários de todas as mulheres atendidas no período estudado e excluímos as com idade ≤19 anos e aquelas com idade ≥20 anos que não haviam realizado ao menos um atendimento psicológico no serviço. As variáveis estudadas foram sociodemográficas, características da VS, sentimentos, reações e atitudes desencadeados nas mulheres durante seguimento de suporte psicológico ambulatorial, e a taxa de abandono do atendimento psicológico antes de completar o período de seis meses do evento da agressão. Os dados foram coletados a partir dos prontuários médicos digitalizados, das anotações feitas pelos profissionais da equipe multidisciplinar no atendimento de emergência e no seguimento ambulatorial de seis meses. Usamos para análise estatística o teste-Qui-Quadrado e teste de Mann-Whitney, com nível de significância foi 5 . Entre os resultados encontrados, a faixa etária de 20 a 29 anos foi a de maior prevalência; a maioria das mulheres eram solteiras, residiam em Campinas, autoreferiram cor de pele branca, tinham emprego fixo e religião. Houve maior prevalência de agressão por via vaginal sendo perpetrada por um único agressor. Os sentimentos mais expressados corresponderam a ansiedade, angústia e insegurança e a maioria das mulheres deixaram de realizar atividades de seu cotidiano e contaram para alguém de sua confiança sobre a agressão. O mês de maior sintomalogia e de consultas psicológicas correspondeu ao primeiro mês após a VS e mais da metade das mulheres perderam o seguimento de apoio psicológico. Num segundo braço, foi realizada análise comparativa dos dados coletados das 312 mulheres adultas com um banco de dados de estudo anterior composto de 521 mulheres adolescentes atendidas no mesmo serviço. As variáveis estudadas foram sociodemográficas, tipologia da VS e reações e sentimentos expressos pelas vítimas. Utilizamos os testes Qui-Quadrado e teste de Mann-Whitney, com nível de significância foi 5 . A violência aguda foi a mais prevalente entre as mulheres em ambas faixas etárias. A mulher adulta apresentou maior antecedente de VS e de transtorno mental, manifestou mais sentimentos e reações quando comparadas às adolescentes. As adolescentes manifestaram mais vergonha e culpa e tiveram mais dificuldades em contar para alguém sobre a VS. Concluímos que oferecer uma assistência especializada as sobreviventes de VS logo após a agressão é imprencidível para a recuperação emocional e social dessas mulheres.



HERPES ZÓSTER ÓTICO: REVISÃO SISTEMÁTICA DOS FATORES CLÍNICOS PROGNÓSTICOS

Candidato(a): Arthur Justi Cassettari Orientador(a): Agricio Nubiato Crespo
Mestrado em Ciências da Cirurgia
Apresentação de Defesa Data: 24/06/2024, 13:30 hrs. Local: Anfiteatro Instituto de Otorrinolaringologia da Unicamp (IOU)
Banca avaliadora
Titulares
Agricio Nubiato Crespo - Presidente
Arthur Menino Castilho
Eduardo Tanaka Massuda
Suplentes
Rebecca Christina Kathleen Maunsell
Roger Hammerschmidt

Resumo


Introdução: o Herpes Zóster Ótico tem como etiologia a reativação do vírus Varicela-Zóster no gânglio geniculado, causando inflamação, edema e compressão do VII nervo craniano. Sua principal apresentação consiste em uma tríade de sintomas composta por dor, vesículas em conduto auditivo externo e paralisia facial periférica. O prognóstico da síndrome segue sendo objeto de estudo e controvérsias, variando de acordo com a gravidade dos sintomas e caractetísticas clínicas dos pacientes. Nos casos de pacientes sem tratamento algum apenas cerca de 20 atingem a recuperação completa. Existem poucos artigos correlacionando a apresentação clínica e o prognóstico com precisão, pois fatores individuais e a raridade da síndrome limitam análises mais aprofundadas.

Objetivos: avaliar a possibilidade de predizer o prognóstico do Herpes Zóster Ótico baseado em fatores clínicos.

Método: revisão sistemática das maiores bases de dados da literatura fundamentada na seleção de ensaios clínicos cujo objetivo seja correlacionar a apresentação clínica e o prognóstico em pacientes com infecção pelo vírus Varicela-Zóster.

Resultados: foram encontrados 6.464 artigos nas bases de dados, que foram distribuídos para avaliação de dois pesquisadores independentes. Sessenta e dois artigos foram selecionados para leitura completa e, após seleção final, 12 artigos foram incluídos neste estudo.

Conclusões: os artigos apresentam limitações metodológicas e divergências entre si, seja pelos conceitos de prognóstico, protocolos de tratamento, tempo de avaliação e resultados apresentados, o que impede de se fazer uma comparação metodologicamente eficaz por mais próximos do tema que fossem os ensaios. A revisão conclui não ser possível afirmar se existe um parâmetro clínico definidores do prognóstico no Herpes Zóster Ótico.



IMPACTO DA MUSCULARIDADE NO PROGNÓSTICO DE PACIENTES COM CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO COM DOENÇA LOCALMENTE AVANÇADA EM QUIMIOTERAPIA E RADIOTERAPIA DEFINITIVA

Candidato(a): Rafaella Caroline de Lellis Moreira Orientador(a): Jose Barreto Campello Carvalheira
Mestrado Profissional em Oncologia
Apresentação de Defesa Data: 24/06/2024, 13:30 hrs. Local: Anfiteatro do prédio da Pós-Graduação
Banca avaliadora
Titulares
Jose Barreto Campello Carvalheira - Presidente
Ana Paula Trussardi Fayh
Barbara Juarez Amorim
Suplentes
Carlos Kiyoshi Katashima

Resumo


Introdução: A desnutrição é altamente prevalente em pacientes com câncer de cabeça e pescoço (CCP). A localização, o estágio do tumor, o tratamento e os seus efeitos adversos, estão associados à desnutrição. Sabe-se que alterações na composição corporal podem afetar o prognóstico de pacientes com câncer de maneira independente do estado nutricional. A baixa muscularidade (BM) está relacionada com a diminuição da sobrevida em pacientes com CCP. Entretanto, o efeito da muscularidade em brasileiros ainda é pouco conhecido. Objetivo: Analisar o impacto da muscularidade na sobrevida de pacientes CCP com doença localmente avançada (CCPLA), tratados com radioterapia, atendidos no ambulatório de Oncologia do Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. Metodologia: Estudo retrospectivo e analítico. Os dados foram coletados a partir de prontuários médicos de pacientes com CCP diagnosticados entre 2010 e 2018. Pacientes com CCPLA tratados com radioterapia que aceitaram participar foram incluídos nesse estudo. A muscularidade foi avaliada a partir da imagem da tomografia computadorizada realizada até 3 meses antes do início do tratamento. A área muscular da seção transversa do músculo (CSA) foi determinada pela análise dos músculos paravertebral e esternocleidomastoideo ao nível da terceira vértebra cervical (C3) através do software SliceOMatic V. 5.0 Software (Tomovision, Canadá). A CSA em C3 foi utilizado para estimar a CSA em L3, utilizando fórmula específica, e posteriormente ajustado pela estatura (m²), dando origem ao Índice de Músculo Esquelético (IME). O Modelo de Risco proporcional de Cox foi utilizado para análise da sobrevida, e foi ajustado para idade, ECOG, diabetes, hipertensão, quimioterapia concomitante e estágio tumoral. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Instituição (CAAE: 42743120.5.0000.5404). Resultados: Foram incluídos 132 pacientes, sendo que 107 foram categorizados como muscularidade normal (MN) e 25 com Baixa Muscularidade (BM). O grupo BM teve maior proporção de indivíduos com índice de massa corporal (IMC) menor que 18,5 [BM (76 ), MN (10,3 ), p<0,001] e maior proporção de indivíduos com pior status performance [ECOG 2-3, BM (20 ), MN (5,6 ), p=0,034]. Na análise multivariada, a BM foi associada à menor sobrevida global [HR=1,77, IC95 (1,01 - 3,07), p=0,044)]. A sobrevida livre de progressão não foi estatisticamente significativa. Assim como não houve diferença estatística para valores de NLR entre os grupos (p=0,2). Discussão: o presente estudo endossa a literatura mostrando que a BM é fator de risco independente para a sobrevida global de pacientes com CCPLA. Conclusão: A depleção muscular está associada a uma redução significativa na sobrevida global de pacientes brasileiros com CCP localmente avançado tratados com radioterapia. Esses dados sugerem que a terapia nutricional e exercícios físicos podem desempenhar um papel crucial na melhoria da sobrevida desses indivíduos.



LSD e Linguagem: Análise Computacional da Linguagem em Voluntários sob Efeito do LSD

Candidato(a): Marcelo Falchi Parra Carvalho Silva Orientador(a): Luis Fernando Farah De Tofoli
Mestrado em Ciências Médicas
Apresentação de Defesa Data: 25/06/2024, 08:30 hrs. Local: Anfiteatro / Pós-Graduação
Banca avaliadora
Titulares
Luis Fernando Farah De Tofoli - Presidente
Ricardo Primi- Universidade São Francisco
Clarissa De Rosalmeida Dantas
Suplentes
Renato Filev
Mario Eduardo Costa Pereira

Resumo


A linguagem tem sido explorada como uma janela para a mente. A psiquiatria utiliza a linguagem como lente de medição privilegiada do pensamento. Por sua vez, psicodélicos, como a dietilamida do ácido lisérgico (LSD), reconhecidos por afetar a percepção e a cognição, parecem mudar



EFEITO DA ESTIMULAÇÃO HORMONAL COM GONADOTROFINAS COMO TRATAMENTO PRÉVIO À RECUPERAÇÃO MICROCIRÚRGICA DE ESPERMATOZOIDES EM HOMENS INFÉRTEIS PORTADORES DE AZOOSPERMIA NÃO-OBSTRUTIVA E HIPOGONADISMO BIOQUÍMICO

Candidato(a): Arnold Peter Paul Achermann Orientador(a): Cássio Luís Zanettini Riccetto
Mestrado em Ciências da Cirurgia Coorientador(a): Sandro Cassiano Esteves
Apresentação de Defesa Data: 25/06/2024, 09:00 hrs. Local: Anfiteatro da pós graduação
Banca avaliadora
Titulares
Sandro Cassiano Esteves - Presidente
Faculdade de Ciências Médicas / UNICAMP- Faculdade de Ciências Médicas / UNICAMP
Daniel Suslik Zylbersztejn- Escola Paulista de Medicina - UNIFESP
Ricardo Destro Saade- Universidade Estadual de Campinas
Cássio Luís Zanettini Riccetto- Hospital das Clínicas
Suplentes
Matheus Teixeira Roque
Ubirajara Ferreira

Resumo


A azoospermia, a ausência total de espermatozoides no ejaculado, afeta cerca de 10 dos homens com infertilidade, com dois terços desses casos associados a falhas na espermatogênese. Atualmente, as taxas de sucesso na recuperação de espermatozoides através de técnicas cirúrgicas variam amplamente, destacando a necessidade de melhorias. Uma abordagem promissora envolve a estimulação hormonal, especificamente o uso de hCG recombinante para aumentar a produção de testosterona intratesticular e melhorar a espermatogênese.

O objetivo do estudo foi avaliar a ação da estimulação hormonal com gonadotrofinas recombinantes nas taxas de sucesso da recuperação espermática através da microdissecção testicular (micro-TESE). Dentre os objetivos secundários foram avaliados: os fatores associados ao sucesso na recuperação espermática; as taxas de sucesso da recuperação espermática no grupo de pacientes com valores normais e elevados de FSH basais, utilizando como limite 12 UI/L; as taxas de sucesso da recuperação espermática de acordo com classes histopatológicas na população tratada e não-tratada; a frequência de eventos adversos na população tratada; a frequência de complicações pós-operatórias advindas da micro-TESE na população geral.

O estudo de coorte incluiu 616 pacientes com azoospermia não-obstrutiva (ANO) e hipogonadismo bioquímico (T total<350 ng/dL), divididos entre grupo tratado (n=291) com gonadotrofinas recombinantes previamente a micro-TESE e grupo não tratado (n=325). Os pacientes foram submetidos a avaliação clínica, laboratorial e histopatológica. Os pacientes tratados receberam hCG recombinante, com a possibilidade da adição de FSH recombinante e/ou inibidor de aromatase.

A taxa de sucesso da micro-TESE na população geral foi de 56,6 . O grupo tratado apresentou taxa de sucesso da micro-TESE significativamente maior comparado ao grupo não tratado (62,5 vs. 51,4 , P=0,006). Níveis basais de FSH, ausência de varicocele clínica, história de varicocelectomia prévia, uso da estimulação hormonal antes da micro-TESE e padrões histopatológicos obtidos das biópsias feitas durante a micro-TESE foram identificadas como fatores independentes ligados a um resultado positivo na recuperação de espermatozoides. Após a terapia hormonal, apenas 22,3 dos pacientes mantiveram hipogonádicos, sendo que homens eugonadicos obtiveram maiores taxas na recuperação espermática (69,4 vs. 38,5 , P<0,001). Dentre os pacientes tratados, apenas os níveis de T total pré-micro-TESE (418,5 ng/dL) e delta T (258 ng/dL) foram independentemente associados ao sucesso da recuperação espermática. Após ajuste do modelo de regressão, apenas pacientes normogonadotróficos (FSH<12 UI/L) demonstraram significância estatística na razão de chances da recuperação espermática. Pacientes com parada de maturação apresentaram maior resposta à estimulação hormonal, especialmente aqueles com estágios mais avançados de parada. As taxas de efeitos adversos da estimulação hormonal foram baixas (10,3 ), assim como as complicações pós-operatórias da micro-TESE (2,3 ).

A estimulação hormonal com gonadotrofinas recombinantes demonstrou eficácia e segurança, com baixas taxas de efeitos adversos. Enquanto a causalidade não pode ser estabelecida, os achados deste estudo sugerem que pacientes com ANO e hipogonadismo bioquímico se beneficiam com a estimulação hormonal e correção de varicocele clínica previamente a micro-TESE. São necessários estudos em larga escala, multicêntricos e randomizados para confirmar esses achados e determinar a eficácia e segurança dessa abordagem antes da cirurgia de recuperação espermática.