Resumo
Introdução: Comportamento sexual de risco consiste em atividades e hábitos que colocam uma pessoa em risco aumentado de contrair infecções sexualmente transmissíveis (IST) ou gravidez não planejada. O estudante universitário, por vivenciar transformações pessoais e de formação profissional em suas vidas podem tornar-se mais vulneráveis a comportamentos de risco sexual, levando a desfechos negativos na sua saúde física e mental. Cuidar da saúde física e mental dos estudantes é papel fundamental das instituições de ensino superior, visando não somente a saúde dos estudantes, mas também a permanência estudantil e redução das interrupções (trancamentos) na formação do estudante universitário. Objetivos: Conhecer, compreender e analisar o comportamento sexual de risco entre estudantes de graduação de uma universidade pública do estado de São Paulo; descrever o perfil sociodemográfico e comportamento sexual com eventuais comportamentos de risco em uma amostra de estudantes de graduação; comparar a taxa de uso de preservativo entre os estudantes que possuem parceria fixa e os que não a possuem; verificar se o uso de álcool teve influência no comportamento sexual de risco entre os estudantes de graduação. Métodos: Os dados foram coletados através da aplicação de questionários em papel e caneta, individuais, entre 2017 e 2018, a amostra final foi de 6.906 alunos (34 dos estudantes de graduação). Foi realizada análise exploratória de dados através de medidas resumo (média, desvio padrão, mínimo, mediana e máximo). Para comparar os grupos com e sem comportamento sexual de risco foram usados os testes de Mann-Whitney (variáveis numéricas) ou Qui-Quadrado (variáveis categóricas). Foram construídos modelos de regressão logística múltipla com critério de seleção de variáveis stepwise. O nível de significância considerado nas análises foi de 5 (p valor ≤ 0,05). Resultados: A prevalência do comportamento sexual de risco foi de 36,5 , esteve mais presente em estudantes do gênero feminino, estudantes de curso noturno, em estudantes baixo nível socioeconômico, com pior desempenho acadêmico e em estudantes que estão insatisfeitos com a sua saúde. Conclusão: Os dados revelaram uma alta prevalência de comportamento sexual de risco, associado ao não uso do preservativo tanto em parcerias eventuais quanto em parcerias fixas. O uso do álcool aumentou o comportamento sexual de risco tanto em estudantes com parcerias eventuais quanto em estudantes com parcerias fixas.
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