EFEITO DO ORTOSTATISMO PASSIVO NA FORÇA E MASSA MUSCULAR DOS PACIENTES COM FRAQUEZA ADQUIRDA NA UTI
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Candidato(a): Melissa Sibinelli |
Orientador(a): Antonio Luis Eiras Falcão | Doutorado em Ciências da Cirurgia |
| Apresentação de Defesa |
Data: 27/06/2025, 09:00 hrs. |
Local: Sala Laranja FCM |
Banca avaliadora
| Titulares Antonio Luis Eiras Falcao - Presidente Patricia Angeli da Silva Pigati Ana Paula Devite Cardoso Gasparotto Ivete Alonso Bredda Saad Elcio Shiyoiti Hirano
| Suplentes Fabiana Della Via Aline Maria Heidemann Santos Lígia dos Santos Roceto Ratti
| Resumo
Introdução: O ortostatismo passivo é uma estratégia para prevenir e tratar a fraqueza adquirida na Unidade de Terapia Intensiva (FAUTI). Objetivo: Avaliar o impacto do ortostatismo passivo na força e massa muscular dos pacientes com FAUTI. Método: Estudo clínico, intervencionista e randomizado. Foram incluídos pacientes com FAUTI, divididos em grupo controle (GC) e intervenção (GI), e avaliados quanto a força muscular através do Medical Reserch Council (MRC), espessura do quadríceps através da ultrassonografia e cirtometria da coxa. Os pacientes do GI foram submetidos a um protocolo de ortostatismo passivo diário por seis a dez dias consecutivos e o GC recebeu o atendimento de rotina do serviço. Ao fim do protocolo, a avaliação foi repetida em ambos os grupos. Resultados: Foram incluídos 20 participantes, sendo 10 alocados no GI e 10 no GC. Foi observado aumento do MRC do GI (35.8 ± 10.04) em relação ao GC (43.70 ± 7.53), p=0.031. Na avaliação das variáveis ao longo do tempo, foi observado aumento do MRC em relação a linha de base em GC (26.00 ± 7.39 para 35.8 ± 10.04, com p=0.002) e GI (30.9 ± 11.65 para 43.70 ± 7.53, com p=0.006), com maior ganho de pontos no escore MRC no GI. Em relação a massa muscular, foi observado redução da cirtometria da coxa direita (52.4 ± 8.87 para 50.90 ± 9.02, com p=0.033) e esquerda (53.00 ± 8.02 para 50.6 ± 7.43, p=0.017) no GC e na espessura do reto femoral (1.04 ± 0.44 para 0.77 ± 0.33, p=0.007). Já no GI, observou-se acréscimo na espessura do vasto intermédio direito (0.71 ± 0.38 para 0.87 ± 0.41, p=0.033). Na análise de associação, verificou-se maior incidência de óbito no GC (p<0.01). Conclusão: Pacientes com FAUTI submetidos ao ortostatismo apresentam ganho de força e manutenção da massa muscular. O uso da prancha e os valores de MRC final impactaram no desfecho alta ou óbito.
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AVALIAÇÃO DO EQUILÍBRIO CORPORAL EM PACIENTES COM SÍNDROME DE TURNER
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Candidato(a): Vanessa Brito Campoy Rocha |
Orientador(a): Andréa Trevas Maciel Guerra | Mestrado em Ciências Médicas |
| Apresentação de Defesa |
Data: 27/06/2025, 14:00 hrs. |
Local: Anfiteatro 2 do Instituto de Otorrinolaringologia - IOU |
Banca avaliadora
| Titulares Andréa Trevas Maciel Guerra - Presidente Vagner Antonio Rodrigues da Silva- Faculdade de Ciências Médicas / UNICAMP Angela Maria Spinola Castro- Universidade Federal de São Paulo
| Suplentes Adriana Aparecida Siviero-Miachon - Universidade Federal de São Paulo Mara Sanches Guaragna
| Resumo
Introdução: A síndrome de Turner (ST) é uma anomalia cromossômica que frequentemente causa perda auditiva e pode também estar relacionada a distúrbios do equilíbrio. Objetivo: Realizar uma avaliação abrangente do equilíbrio corporal em pacientes com síndrome de Turner, acrescentando evidências aos ainda escassos dados da literatura sobre comprometimento labiríntico nessas pacientes. Métodos: Pacientes adolescentes e adultas, bem como um grupo controle composto por mulheres saudáveis, foram submetidas a avaliações otorrinolaringológica, audiológica e vestibular. Esta última incluiu eletronistagmografia com provas calórica e rotatória, potencial evocado miogênico vestibular cervical e posturografia estática com testes dinâmicos. Resultados: Foram avaliadas 27 pacientes com idades entre 15 e 33 anos (média: 21,9 anos). O cariótipo 45,X foi identificado em 13/27 casos. Tontura foi referida por oito pacientes e perda auditiva progressiva por dez. A audiometria apresentou alterações em 13/27 casos: seis com perda sensorioneural, seis com perda condutiva e uma com padrão misto. Alterações do equilíbrio foram encontradas em 21/27 pacientes (78 ). Dezenove pacientes apresentaram lesão vestibular (12 periférica [57 ], quatro mistas [19 ], três centrais [11 ]) e duas apresentaram apenas déficit somatossensorial). Alterações não vestibulares foram identificadas em seis pacientes (22 ): cinco com déficit somatossensorial e uma com dependência visual. As alterações do equilíbrio não se associaram ao cariótipo (45,X versus outros cariótipos), à idade, nem à perda auditiva. O grupo controle foi composto por 20 mulheres saudáveis com idades entre 27 e 35 anos (média: 30,5 anos); 4/20 (25 ) apresentaram alterações do equilíbrio — duas periféricas e duas causas centrais — uma frequência significativamente menor que a observada no grupo com ST (p < 0,001). Conclusão: Apesar da baixa frequência de sintomas vestibulares e auditivos autorreferidos, este estudo revela uma alta taxa de comprometimento da orelha interna entre mulheres com ST, com vias auditivas e vestibulares frequentemente afetadas, muitas vezes de forma subclínica ou compensada. Esses achados reforçam a importância de protocolos abrangentes de triagem e indicam que intervenções adequadas, incluindo a reabilitação vestibular, devem ser consideradas como parte do acompanhamento clínico dessa população.
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PREDIÇÃO DE DESFECHOS GRAVES DA POPULAÇÃO OBSTÉTRICA COM COVID-19 UTILIZANDO MEOWS: LIÇÕES DE UM ESTUDO MULTICÊNTRICO BRASILEIRO DURANTE A ERA PRÉ-VACINAÇÃO
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Candidato(a): Aline Morales Tosetto |
Orientador(a): Renato Teixeira Souza | Mestrado em Tocoginecologia |
| Apresentação de Defesa |
Data: 30/06/2025, 08:30 hrs. |
Local: Anfiteatro Kazue Panetta, do Hospital da Mulher Prof. Dr. José Aristodemo Pinotti |
Banca avaliadora
| Titulares Renato Teixeira Souza - Presidente Rodrigo Pauperio Soares de Camargo Renato Passini Junior
| Suplentes Rodolfo De Carvalho Pacagnella
| Resumo
A pandemia de COVID-19 impôs desafios excepcionais aos sistemas de saúde em todo o mundo, com maiores desafios nos países em desenvolvimento e sua particular relevância na assistência obstétrica, onde se observou um aumento significativo na mortalidade materna no contexto brasileiro. Nesse cenário, a identificação precisa de casos graves tornou-se uma prioridade premente, dada a limitação dos recursos disponíveis, evidenciando a necessidade crucial de desenvolver e implementar ferramentas eficazes de previsão de gravidade. O presente estudo tem como objetivo principal a análise de performance do Sistema de Escore de Alerta Obstétrico Modificado (MEOWS) na identificação de gestantes e puérperas suspeitas de infecção por COVID-19 que evoluem para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) ou óbito. Para atingir este fim, foi conduzido um estudo de coorte multicêntrico, incluindo gestantes ou puérperas sintomáticas para o COVID-19, durante o período compreendido entre fevereiro de 2020 e fevereiro de 2021. As participantes foram acompanhadas longitudinalmente até o término da gestação e/ou desfecho da infecção. Investigou-se a capacidade preditiva do MEOWS na identificação precoce de casos com desfechos graves. Os resultados obtidos a partir da análise de 727 participantes revelaram que aproximadamente 10 das gestantes ou puérperas necessitaram de internação em unidades de terapia intensiva ou evoluíram para SRAG ou óbito durante o período de estudo. Entre os preditores independentes de gravidade, destacaram-se o escore MEOWS ≥4, a presença de hipertensão crônica, a confirmação do diagnóstico de COVID-19 e a dificuldade de acesso aos serviços de saúde. Em suma, os achados deste estudo reforçam a utilidade do MEOWS como uma ferramenta eficaz na identificação precoce de casos com potencial evolução de gravidade em gestantes e puérperas com suspeita de infecção por COVID-19 não só para deterioração clínica, mas como ferramenta preditora. Portanto, sua adoção pode contribuir significativamente para a alocação mais eficiente de recursos, possibilitando uma melhor gestão dos mesmos e um atendimento mais adequado a essa população durante a pandemia. Esses resultados fornecem insights valiosos para orientar políticas de saúde pública e práticas clínicas direcionadas à proteção e cuidado das gestantes em meio à pandemia de COVID-19 ou até de futuras crises sanitárias.
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TREINAMENTO PARENTAL E TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA): DADOS COMPARATIVOS DE DESEMPENHOS E CRITÉRIOS DE SATISFAÇÃO DE CUIDADORES
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Candidato(a): Rafaela Carolina da Silva Meira |
Orientador(a): Eloisa Helena Rubello Valler Celeri | Mestrado em Saúde da Criança e do Adolescente |
| Apresentação de Defesa |
Data: 10/07/2025, 09:00 hrs. |
Local: Sala de Reunião do PRATEA |
Banca avaliadora
| Titulares Eloisa Helena Rubello Valler Celeri - Presidente Karina Diniz Oliveira Karina Borgonovi Silva Barbi
| Suplentes Paulo Dalgalarrondo Gustavo Henrique Martins
| Resumo
O presente estudo comparou a eficácia de dois modelos de intervenção para pais de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) — treinamento parental baseado no modelo Behavioral Skills Training (BST) e psicoeducação — no contexto do Programa de Atenção ao TEA (PRATEA) da UNICAMP. A pesquisa envolveu 20 famílias, cujos filhos, com idades entre 2 e 6 anos, foram diagnosticados com TEA nos níveis de suporte 1, 2 ou 3. Foram utilizados dois protocolos de avaliação: o Perfil Psicoeducacional Revisado (PEP-R) e o Socially Savvy Checklist, além de um questionário de satisfação aplicado aos pais. Os resultados indicaram que o treinamento BST foi mais eficaz na promoção de habilidades sociais específicas, com aumento médio de 30 nas pontuações do protocolo Socially Savvy, em comparação a 14,3 na psicoeducação (p = 0,0342). No entanto, ambos os modelos de intervenção apresentaram impactos semelhantes no desenvolvimento geral das crianças avaliadas pelo PEP-R, sem diferenças estatisticamente significativas (p = 0,38). Além disso, os pais participantes do treinamento BST relataram maior satisfação com a intervenção, apontando unanimidade em aspectos como qualidade do ensino e percepção de melhora no comportamento dos filhos. A pesquisa destaca a importância de intervenções baseadas em evidências para o manejo do TEA e reforça a relevância do Sistema Único de Saúde (SUS) na implementação de programas sistemáticos que promovam a inclusão social e o suporte às famílias. Estudos futuros com amostras maiores e avaliação longitudinal são recomendados para confirmar os benefícios observados e explorar a manutenção dos ganhos a longo prazo.
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DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS ASSOCIADAS AO GENE ATXN2: CARACTERIZAÇÃO DO ESPECTRO CLÍNICO E DE NEUROIMAGEM ESTRUTURAL
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Candidato(a): Fabrício Castro de Borba |
Orientador(a): Marcondes Cavalcante Franca Junior | Doutorado em Fisiopatologia Médica |
| Apresentação de Defesa |
Data: 11/07/2025, 08:30 hrs. |
Local: Anfiteatro Pós-Graduação FCM |
Banca avaliadora
| Titulares Marcondes Cavalcante Franca Junior - Presidente Pedro Braga Neto- Universidade Federal do Ceará Fabio Rogerio Leonardo Cruz de Souza- Faculdade de Medicina da UFMG Anamarli Nucci
| Suplentes Ingrid Faber de Vasconcellos - Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp Marcela Câmara Machado Costa - Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública Danilo Dos Santos Silva
| Resumo
As doenças neurodegenerativas associadas ao gene ATXN2, particularmente a ataxia espinocerebelar tipo 2 (SCA2) e a esclerose lateral amiotrófica com expansão intermediária do gene (ELA-ATXN2), representam condições raras, porém críticas, para o entendimento da neurodegeneração. Esta tese teve como objetivo caracterizar, sob uma perspectiva clínica e de neuroimagem estrutural, os pacientes com SCA2 e ELA-ATXN2, explorando diferenças fenotípicas, padrões de atrofia e correlações com dados genéticos. Utilizando técnicas avançadas de ressonância magnética, incluindo volumetria cerebral e medular, morfometria baseada em voxel e imagem por tensor de difusão (DTI), foram identificadas assinaturas distintas de degeneração no sistema nervoso central. Em SCA2, observou-se atrofia significativa do cerebelo, tronco encefálico e medula espinhal, enquanto na ELA-ATXN2 o comprometimento predominante foi medular e do tronco, sem envolvimento cerebelar relevante. A sobreposição entre os mapas de expressão do ATXN2 e as áreas de atrofia em SCA2 sugere toxicidade relacionada ao ganho de função da proteína mutada. Já na ELA-ATXN2, os achados indicam mecanismos fisiopatológicos distintos, possivelmente mediados pela interação entre ataxina-2 e TDP-43. Este estudo destaca a importância da neuroimagem estrutural como ferramenta para diferenciação diagnóstica e como potencial biomarcador de progressão e resposta terapêutica em doenças associadas ao gene ATXN2.
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